Não há casualidade
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Não há casualidade

Por Gilson Aguiar em 24/04/2024 - 13:10

Ilusão da casualidade

Sim, isto mesmo, não há casualidade. Essa percepção do acaso em nossas vidas é mais aparência do que essência. Há um controle significativo de nossas vidas e um monitoramento de nossos passos.

Então estamos em um reality-show? Não diria tanto, mas entanto há algumas semelhanças. Vamos dizer que nos entregamos no mundo virtual. Colocamos diariamente nossos passos, desejos e interesses em nosso pequeno diário aberto ao “grande público”.

Sim, nas redes sociais nós somos fiéis confessionários. Abrimos a caixa de ferramenta e falamos tudo, “lavamos a alma” ou a “roupa suja”. Vamos dando de “mão-beijada” nossos estímulos e desejos imediatos.

Logo, fiamos reféns de quem lê nossos passos e nos coloca na peneira dos algoritmos. Classificados, selecionados, escalonados, seremos conduzidos pela manipulação dos ambientes reais e virtuais a que seremos seduzidos.

A caça do cliente e do eleitor

Não por acaso as empresas estão interessadas em estratégias que utilizam estas informações para chegar em quem interessa. Sim, a estratégia publicitária, o marketing, sem margem de erro. Informações que valem uma fortuna.

Nunca se quis tanto saber onde as pessoas estão, do que estão falando e, principalmente, o que estão desejando.

Contudo, não são só as empresas questão interessadas em saber onde você está. Neste ano de eleição os homens públicos querem se oferecer aos seus eleitores como um produto.

Considero que as eleições deste ano vão intensificar uma tendência do uso da internet e das redes sociais como ambiente de campanha política, seja ela velada ou declarada.

Muitas estratégias serão usadas para dar popularidade e fazer despencar diante dos olhos o “político ideal”.

Salve a democracia

Porém, sempre é bom lembrar, toda esta oferta de coisas e pessoas, toda esta mercantilização da democracia, não é casualidade. Logo, não se deixe enganar. Saiba separar a escolha racional e lógica da indução manipuladora.

Domine com a razão a sensação de perfeição aparente dos que chegam como um produto. O que compramos pela internet, por um click, dá para devolver, já o eleito é necessário tolerar por quatro anos.

 

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